com os que lá vão ter? perguntou Gaspar, cuja curiosidade, bem como a de todos os seus companheiros, subia de ponto com as revelações da índia.
— Oh! sim! sabe-se; sabe-se muito. São os tatus brancos.
— Tatus brancos!… que diabo de qualidade de bicho é essa?
— Não é bicho, não; é uma casta de gente terrível, que vive debaixo da terra como o tatu durante o dia, e só de noite sai do buraco. São brancos, brancos como o leite destes meus peitos, e numerosos como as formigas, e ai de quem lhes cai nas garras; não deixam ficar nem os ossos. Tupã não quer que ninguém pise nos seus jardins, e pôs lá essa raça maldita para vigiá-los.
— E podes nos guiar a esses lugares? protesto, que havemos de dar cabo dessa corja de tatus brancos, que vos faz tanto medo.
— Eu pôr lá meus pés?! Tupã me defenda; tenho muito medo…
— Não será preciso, nem queremos, que chegues até lá conosco; basta, que vás até certa altura, em que possas mostrar de longe esses sítios; depois irás para onde quiseres.
— Lá isso pode ser, mas vós,— pensai bem, vós ides correr à uma morte certa…