Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/296

— Isso não tem propósito, — respondia outro, — e seria muito difícil tapar-se tantas bocas de furna em um só dia. Demais lembremo-nos, que são tatus, e podem furar uma saída por onde bem lhes parecer. O melhor é ajuntar bastante lenha na boca de cada furna, e deitar fogo; assim os sufocaremos e os mataremos todos, como se matam as formigas cabeçudas lá em nossa terra.

A pouca distância das furnas havia um montículo, cuja cima era guarnecida de um grupo dessas arvorezinhas que costumam formar bosquetes em meio dos campos. Dali podiam avistar as bocas de quase todas as furnas, e era a posição mais favorável que podiam encontrar para se esconderem e ficarem de espreita.

Para ali pois se dirigiram, ocultaram-se do melhor modo que puderam, e ficaram apercebidos para o que desse e viesse.

A noite caía escura, sem estrelas e sem luar; o céu estava tolhado, e apenas se podia enxergar a mui curta distância. Apenas as trevas tinham acabado de cerrar-se de todo, os nossos heróis começaram a ouvir um rumor confuso e indefinível, que partiu do lado da serra. Eram como uns ecos cavernosos e longínquos, era como o toque de uma matilha de cães, e gritos de caçadores, que perseguem ao longe um veado ou uma