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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

— Oh Barrolinho, chega cá!

— Depressa, homem, que é caso rijo!

Barrôlo, ladeando, abeirou da Arcada: e os amigos immediatamente lhe atiraram a nova formidavel, apertados em volta da egoa. O Gonçalo e o Cavalleiro cochichando secretamente toda a manhã! A caleche da Torre á espera, com a parelha adormecida! E já começavam a repicar os sinos da Sé!

Barrôlo, n’um pulo, desmontou. E emquanto um garoto lhe passeava a egoa — estacou entre os amigos, com o chicote detraz das costas, pasmando tambem para a varanda de pedra do Governo Civil.

— Pois eu não sei nada! O Gonçalo a mim não me disse nada! affirmava elle, assombrado. Tambem já ha dias não vem á cidade... Mas não me disse nada! E da ultima vez que cá esteve, nos annos da Graça, ainda destemperou contra o Cavalleiro!

A todos o caso parecia «d’estrondo!» E subitamente um silencio esmagou a Arcada, trespassada d’emoção. Na varanda, entre as vidraças abertas vagarosamente, apparecera o Cavalleiro com o Fidalgo da Torre, conversando, risonhos, de charutos accesos. Os largos olhos do Cavalleiro pousaram logo, com malicia, sobre os «rapazes» apinhados em pasmo á borda dos Arcos. Mas foi um lampejar de visão. S. Ex. aremergulhára no gabinete — o Fidalgo tambem, depois de se debruçar da varanda, espreitar