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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

regularmente a «ajudanta da Rosa», com soldada. Um dos rapazes, de doze annos, espigado e esperto, tambem Gonçalo o empregava na Torre como andarilho, para os recados, com fardeta de botões amarellos. O outro, molle e ranhoso, mas com o geito e o amor de carpinteirar, já Gonçalo, sob o patrocinio da tia Louredo, o collocára em Lisboa, na Officina de S. José. D’uma das outras raparigas se encarregava a mãe de Manoel Duarte, amoravel senhora que habitava uma quinta formosa junto a Treixedo, e adorava Gonçalo de quem se considerava « vassalla». Mas para a mais novinha e a mais fraquinha não se arranjava amparo solido. A Rosa lembrára então — «que certamente a Snr. aD. Maria da Graça recolheria a creaturinha...» Gonçalo rosnára com seccura: — «Oh! por uma côdea mais de pão não se necessita encommodar a cidade d’Oliveira!» Rosa, porém, enlevada na obra, desejando para pequerrucha tão franzina e loira o agasalho d’uma senhora, escrevera a Gracinha, pela esmerada lettra do Bento, uma verbosa carta com o pedido, e toda a historia lamentosa da Crispola, e louvores devotos á caridade do Snr. Doutor. E era a resposta de Gracinha, demorada mas enternecida, com a recommendação «de lhe mandarem logo a pobre creança» — que impacientava o Fidalgo.

Por que, desde a tarde abominavel do Mirante,