A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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alta. A hora escassa de carreira avistára num cabeço uma hoste acampada, em arraial seguro, rodeado d’estaca e valla!...

— Que pendão?

— As treze arruellas.

— Deus louvado! gritou Tructesindo, que estremeceu como acordando. É D. Pedro de Castro, o Castellão, que entrou com os Leonezes e vem pelas senhoras Infantas!

Por esse caminho pois não se atrevera o Bastardo!... Mas já pela senda de Poente recolhia outro almogavre contando que entre-cerros, n’um pinhal, topára um bando de bufarinheiros genovezes, retardados desde alva, por que um d’elles esmorecera com mal de febres. E então?... — Então, pela borda do pinheiral apenas passára em todo o dia (no jurar dos genovezes) uma companhia de truões voltando da feira de Grajelos. Só restava pois o trilho do meio, pedregoso e esbarrancado como o leito enxuto d’uma torrente. E por elle, a um brado de Tructesindo, tropeou a cavalgada. Mas já o crepusculo tristissimo descia — e sempre o caminho se estirava, agreste, soturno, infindavel, entre os cerros de urze e rocha, sem uma cabana, um muro, uma sebe, rasto de rez ou homem. Ao longe, mais ao longe, emfim, enchergaram a campina arida, coberta de solidão e penumbra, dilatada