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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

— Ataque.

— Então lá vae!... A prima acha que eu perco o meu tempo se me dedicar á sua amiga D. Anna?

Pousada de leve á borda do banco, enrolando attentamente a seda preta do guardasolinho, Maria Mendonça tardou, murmurou:

— Não, acho que o primo não perde o seu tempo...

— Ah! acha?

Ella considerava Gonçalo, gozando a sua perturbação e anciedade.

— Jesus, prima!... Diga alguma cousa mais!

— Mas que quer que lhe diga mais? Já lhe declarei em Oliveira. Ainda sou muito nova para andar com recadinhos de sentimento. Mas acho que a Annica é bonita, é rica, é viuva...

Gonçalo arrancou do banco, erguendo os braços, em desolação. E, como D. Maria tambem se erguera, ambos seguiram pela tira de relva que orla os alamos. Elle quasi gemia, desconsolado:

— Ora bonita, viuva, rica... Para conhecer esses grandes segredos não a incommodava eu, prima!... Que diabo! seja boa rapariga, seja franca! A prima sabe, de certo já ambas conversaram... Seja franca. Ella tem por mim alguma sympathia?

D. Maria parou, murmurou, riscando com a ponta do guardasolinho o trilho amarellado da relva:

— Pois está claro que tem...