de Cavalleiro, e valente! Somos todos muito boas pessoas e só nos resta debandar. Eu tive senhora, tive tainha... Estou derreado. E não tarda a madrugada, que vergonha!
O Administrador pulou. Oh Diabo! E elle, ás nove horas da manhã, com commissão de recenseamento!... Para esmagar bem o amúo, cingiu Gonçalo n’um rijo abraço. E, quando o Fidalgo descia para o Chafariz com o Videirinha (que n’estas noites festivas de Villa Clara o acompanhava sempre pela estrada até ao portão da Torre), João Gouveia ainda se voltou, pendurado do braço do Titó no meio da Calçadinha, para lhe lembrar um preceito moral «de não sei que philosopho»:
— «Não vale a pena estragar boa ceia por causa de má politica...» Creio que é d’Aristoteles!
E até Videirinha, que de novo afinava a viola, se preparava para um solto descante ao luar, murmurou respeitosamente por entre abafados harpejos:
— Não vale a pena, Sr. Doutor... Realmente não vale a pena, por que em Politica hoje é branco, ámanhã é negro, e depois, zás, tudo é nada!
O fidalgo encolhera os hombros. A Politica! Como se elle pensasse na Auctoridade, no Sr. Governador civil d’Oliveira — quando injuriava o Sr. André Cavalleiro, de Corinde! Não! o que detestava era o