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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

andava marcada com segurança e brilho na Politica e na Administração. E emfim Maria da Graça amava enlevadamente aquelles reluzentes bigodes, os hombros fortes de Hercules bem educado, o porte ufano que lhe encouraçava o peitilho e que impressionava. Ella, em contraste, era pequenina e fragil, com uns olhos timidos e esverdeados que o sorriso humedecia e enlanguescia, uma transparente pelle de porcellana fina, e cabellos magnificos, mais lustrosos e negros que a cauda d’um corcel de guerra, que lhe rolavam até aos pés, em que se podia embrulhar toda, assim macia e pequenina. Quando desciam ambos as alamedas da quinta, miss Rhodes (que o pae, professor de Litteratura Grega em Manchester, recheára de Mithologia) pensava sempre em «Marte cheio de força amando Psyché cheia de graça.» E mesmo os criados da Torre se maravilhavam do «lindo par!» Só a Snr. aD. Joaquina Cavalleiro, a mãe de André, senhora obesa e rabugenta, detestava aquella terna assiduidade do filho na Torre, sem motivo pesado, só por «desconfiar da pinta da menina e desejar nóra mais comesinha...» Felizmente, quando André Cavalleiro se matriculava no Quinto Anno, a desagradavel matrona morreu d’uma anasarca. O pae de Gonçalo recebeu a chave do caixão: Gracinha tomou luto: e Gonçalo, companheiro de casa do Cavalleiro na rua de S. João, em Coimbra, enrolou um fumo na manga