s a quem se confia a chave ou vigilância da caixa, em se lhes inclinando o ânimo à prevaricação, o remédio já chegará tarde, quando a malversação já houver levado os malversadores ao senhorio, e reduzido à sujeição os enganados.
Todo o bem que se haja dito, e se disser da imprensa, ainda será pouco, se a considerarmos livre, isenta e moralizada. Moralizada, não transige com os abusos. Isenta, não cede às seduções. Livre, não teme os potentados.
Na sua liberdade, já em 1688, via o Parlamento de Inglaterra “o único recurso pronto e certo contra os maus”. E não exagerava. Como não exagerou Sieyès, dizendo que “não há liberdade sem a da imprensa”. Como não exagerou Royer-Collard em dizer que “a imprensa, ainda, mais que necessidade política, é uma necessidade social”. Como não exagerou quem disse que a imprensa é a garantia de todas as garantias. Como não me parece ter exagerado quem escreveu que a civilização, extinto o jornalismo, nos daria a impressão de um como fim do mundo.
Mas, se não há demasia em tantas e tais homenagens (nem lhas terá ninguém rendido mais do que eu) e se o direitos dessa instituição providencial vão ao ponto de entenderem, num país de bom senso como a Grã-Bretanha, estadistas do gênio de Pitt que “a imprensa deve tocar o encargo de se corrigir a si própria”, — por isso mesmo não há, para qualquer sociedade, maior desgraça que a de uma imprensa deteriorada, servilizada, ou mercantilizada.
Tampouco haverá bem mais arriscado a depravar-se em mal do que esse bem dos