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riunfo alemão contra a França, em 1871, e estava organizada para 1914 a inundação do mundo pela Alemanha.

Por meio desses recursos diabólicos é que, desde a falsificação da ordem do dia de Benedeck, no primeiro desse assaltos, e a do telegrama de Ems no segundo, até às monstruosas fábulas que caracterizaram o terceiro, se maleou, nas forjas da mentira, para a execução das vontades da casta militar, essa nacionalidade enganada e alucinada, que desperta agora aturdida entre as decepções da mais inesperada realidade.

A surpresa desse acordar entre ruínas tais, desse cair de tão vertiginosa altura em tão incomensurável abismo, lampeja com uma claridade sinistra sobre o regímen, que ora se vai introduzindo no Brasil, de apagamento da consciência das nações pela imersão habitual do seu espírito e costumes na cultura da mentira.

Maus exemplos

Ora, assim nas autocracias, como nas oligarquias, o poder corre ao encontro dos maus exemplos, como a limalha ao do ímã.

No Brasil, a Monarquia não padeceu, sensivelmente, desse vício. Mas a República, adernando logo ao começo da sua inauguração constitucional, como nau que mete água dentro ao sair do porto, simpatizou com esses modelos, e foi já, desde os seus mais verdes anos, prematurando, com a corrupção da sua primeira idade, a obra do tempo.