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Confessos

Porque, senhores, a verdade tristíssima dessa nossa desmoralização já se tornou histórica. Nem se contesta mais senão para os basbaques da galeria.

Não é só a prova circunstancial o que a põe de manifesto. Não é só a prova sobejamente clara na evidência dos fatos. É, ainda, mais visível e materializada no rosto dos autos; pois até provas de confissão aqui temos. Reum confitentem habemus.

Aí por começos deste século ou fins do outro, quando redigia A Imprensa, argúi o governo federal de subornar jornalistas; luxo, que, segundo testemunhos, cuja fé me não podia deixar em dúvida, já nos andava custando alguns milhares de contos.

A publicidade presidencial negou rasamente a increpação, tachando, com aspereza, de calúnia redonda a minha denúncia. Não se desembolsara. Não se desembolsara coisa nenhuma com os honrados periodistas daquele tempo, que ainda não vai longe, apesar de se falar em séculos no cômputo da sua extensão. Ilibados eram todos. A taça do entusiasmo, que cada manhã se lhes enchia e transbordava era, desde o fundo até às verteduras, limpa de interesse. Não havia laivo metálico entre as bolhas do champanha espumejante nas homenagens ao governo.

Pois bem, senhores. Anos depois escreve o presidente de então as memórias da sua passagem pelo Catete. Estava, ao parecer, o ilustre