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inistrativa, afinavam na mesma solfa com o azedo murmurar da comunidade irritada.

Que fazer? Buscar entre os contribuintes, pela convicção esclarecida e mudada com um exame sério e um debate largo do assunto, o consentimento nos sacrifícios, de que se necessitava? Isso não, que demandava tempo, diligência e sinceridade.

Havia outro caminho, curto e suave: esportular o jornalismo acomodatício. Destarte se passaria por cima da opinião pública, açamando-lhe com doirados os advogados naturais, e por opinião pública se embutiria o tintinar e retinir das propinas, sacolejadas no bolso dos maus jornalistas, pagos e repletos.

Felizmente, segundo o testemunho do seu ilustre ex-ministro, o presidente da República repugnou à sugestão, acatando, assim os direitos da nação a uma publicidade sincera, a um sistema de imprensa, que não furte os governos aos deveres da sua responsabilidade.

Então por que fugir do inquérito?

Mas, se assim é, quem depois veio a divergir daquele presidente, foram os seus amigos, ao suporem que o discurso do ex-ministro da Fazenda preenchia as condições do inquérito requerido, e ao embaraçarem essa averiguação, de que os amigos leais desse exchefe da nação e ele mesmo deviam ser os propugnadores mais convencidos.

O inquérito, e só o inquérito, é que viria clarear as obscuridades existentes, e