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embora o presidente do Conselho dissesse, no Foreign Office, que “três batalhas campais, ganhas pelas Inglaterra, não a restituiriam do dano” causado pelas correspondências e editoriais daquela folha, o Times não variou de rumo, de atitude e de franqueza até o termo da luta do Reino Unido com o Império russo.

Sabeis com que resultados, senhores? A Câmara dos Comuns acabou por mandar abrir, em 1855, um inquérito sobre a situação do exército em Sebastópol. O gabinete caiu demolido pela campanha do terrível órgão londrino. As mais eminentes autoridades militares declaravam, afinal, que ele, “narrando com fidelidade ao público os padecimentos da tropa, salvara o resto do exército inglês”. O governo da Rainha Vitória, pela voz de Gladstone, agradeceu a Delane “o valioso apoio” (palavras suas), “o valioso apoio” do Times, subscrevendo, sem reservas, o princípio, seguido por ele, de que “nunca se deve encobrir ao público circunstância alguma, quaisquer que sejam os inconvenientes de sua divulgação”.

O exemplo norte-americano

As circunstâncias da guerra puseram o nosso oficialismo em declarado flirt com os Estados Unidos. Mas este namoro de conveniência, felizmente seguido com simpatia pelas sinceras inclinações do povo brasileiro ao norte-americano, não é, da parte dos nossos