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Havemos de nos inscrever todos na mesma cumplicidade com a podre oligarquia, que nos submerge em opróbrio. Havemos de nos mancomunar unânimes com os usufrutuários da putrescência constitucional, que desnatura a nossa nacionalidade. Havemos de transportar à política brasileira a filosofia dos antigos putredinários, reverenciando na podridão uma da colaboradoras da Providência na renovação dos entes criados. Havemos de renunciar ao próprio olfato, desenvolvendo em nós uma anosmia voluntária, para não sentir os miasmas do podredoiro, cujas exalações, atravessando o oceano, já nos têm denunciado, na Europa, aos auditórios de industriais, negociantes e capitalistas, como o mais corrompido governo e o povo mais corrupto da terra.

E bem, senhores? Não tereis vós mesmos ouvido, todos quantos me estais escutando, esses pregões de vilipêndio, cujos brados, contra nós, de quando em quando, se lançam e ressoam além-mar, no velho continente e neste, entre banqueiros e comerciante entre prestamistas e financeiros, entre associações, empresas e sindicatos, que, tendo empregado o seu dinheiro e crédito em negócios brasileiros, nenhuma conveniência poderiam ter em nos marear a reputação, em nos promover o desconceito, em fomentar, assim, a baixa dos valores, onde trazem aplicados os seus capitais e envolvidos os seus interesses?

Pois quê! esses homens de negócio, esses especuladores em títulos nossos, esses administradores de concessões públicas, de