fizeram-a cair sobre o assumpto das proximas consoadas.
Passado tempo, ouviu-se o conselheiro dizer, elevando a voz, para o Tapadas:
—Pois, meu caro Tapadas, que tenha paciencia este bom povo. Com isso é que eu não transijo. Ninguem é maïs condescendente do que eu, menos no que pode arriscar a vida de muitos e entre essas as dos que me pertencem. O abuso ha de acabar. Por estes dias deve chegar uma portaria, mandando expressamente cumprir a lei. Consegui isso do governo. O cemiterio fez-se. Eu fui o primeiro a dar o exemplo, levantando alli o sepulchro para a minha familia. Depois d’isso, graças a um preconceito tolo, á má fé de alguns padres, á frouxidão das auctoridades e talvez a alguma incuria minha, ainda ninguem maïs se enterrou alli. No entretanto quasi todos os estíos se repetem os casos d’essas febres que a sciencia attribue em grande parte aos miasmas da igreja onde a extrema devoção d’este povo accumula em certos dias, durante horas e horas, uma extraordinaria quantidade de fieis. Portanto, com isso não transijo. Hei de acabar com o abuso.
—Pois sim... mas agora na occasião das eleições... sr. conselheiro, não sei se faz bem.
—Para compensação trataremos de apressar o principio das estradas; tambem o pude conseguir.
—Inda assim... Receio alguns motíns.
—Reprimem-se.
—O peor é que ha de haver quem lance mão d’essa arma contra nós.
—Quem?
—Ora! não falta quem. Basta o missionario, que já prégou contra isso.
—Não tenho mêdo. Quando muito, algum motimzito sem consequencia. Leve-os por bem. E se fôr preciso fale ao ouvido d’esse tal missionario... O homem que quer? Provavelmente alguma abbadia? algum canonicato? É preciso vêr isso.