na, onde o Canada o recolhera, até o Mosteiro, sobre um carro de herva que vinha guiando.
Ao vêr n’aquelle estado o sobrinho da senhora de Alvapenha, D. Victoria perdeu totalmente a cabeça, e em vez de tomar as providencias que o caso pedia, deu em ralhar, em fazer exclamações, em andar de sala em sala, de corredor em corredor, sem tenção formada, sem methodo, sem direcção. Levava as mãos á cabeça, ajuntava-as consternada; dava uma ordem ociosa; mandava logo suspender a execução d’ella; impacientava-se; chamava a toda a pressa um criado e não sabia depois o que tinha para dizer-lhe; extranhava a tardança de outro que não mandára chamar, e sem dar a final expediente a coisa nenhuma, nem saber o que fizesse.
Os criados resentiam se d’esta falta de intelligente direcção; paravam embaraçados, où corriam sem saber para onde, nem para quê, e sem adeantarem serviço.
As creanças concorriam tambem para está desordem, porque, cheias de susto, andavam agarradas ás saias de D. Victoria, que nem sequer dava por ellas.
Christina foi a unica pessoa que conservou a presença de espirito n’aquella occasião.
Nada do que fazia era inútil: nem uma só ordem dava que pudesse dizer-se ociosa; graças ao methodo com que procedia ás instrucções que ordenava, a tudo se providenciou convenientemente, sem que D. Victoria o percebesse até.
Christina tambem, ao vêr chegar Henrique n’aquelle estado assustador, sentirà-se desfallecer; mas disse-lhe a consciencia que lhe era precisa toda a firmeza, visto que estava ausente Magdalena, em quem sómente poderia descançar, e logo achou na necessidade valor, e, com serenidade apparente, só trahida pela extrema pallidez das faces, a tudo attendeu, tudo previu, tudo providenciou.
Sem uma exclamação, sem uma palavra de de-