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A mulher passava todo o tempo em devoções na igreja. O marido, desconsolado, procurava lenitivo na taberna.

Descuidou-se cada vez mais de trabalhar. A embriaguez era n’elle estado habitual, e já menos inoffensiva e pacifica do que nos primeiros tempos.

A miseria ameaçava invadir aquelle lar, até alli remediado.

Tudo isto exacerbára a acrimonia das discussões conjugaes.

Marido e mulher fustigavam-se com os menos amaveis epithetos e attribuiam-se reciprocamente as honras da ruina do casal.

De noite desencadeiava-se a tempestade domestica e cada vez mais ameaçadora.

Um dia, o marido, excitado pelo vinho, foi mais além do que a sua timidez habitual o permittira até alli, e a sr.a Catharina soube, pela primeira vez, que o osso de que ella era osso não tinha a brandura que lhe suspeitava.

Deu-se uma scena escandalosa, em que interveio a vizinhança. D’ahi por deante fôram frequentes iguaes espectaculos.

Na noite em que o Herodes o encontrou, o Zé P’reira, em completa embriaguez, acabára de fazer sentir mais uma vez a sua mulher toda a fôrça da auctoridade marital. Ella revoltou-se e abandonou os penates, jurando que nunca mais voltaria a elles.

O pobre do homem andava agora perdido nas ruas á procura d’ella, arrepellando-se, chorando, praguejando, que mettia dó. O Cancella condoeu-se d’elle, e dando-lhe o braço, para lhe firmar os passos cambaleantes, conduziu-o a casa, promettendo restituir-lhe a mulher fugida.

E n’esta tarefa de reconciliação passou grande parte da noite, conseguindo a final harmonisal-os, mas convencido de que não seria muito duradoura a paz.

E tinha razão o Cancella em pensar assim. Ao