— Ainda menos! O juízo é a negação do espírito! . . .
— Então não sei que me falta!...
— Sei-o eu! exclamou uma voz grossa.
E o marquês surgiu defronte de Bonflers, fulo e trêmulo de raiva.
— Oh! Oh! interjeicionou este, zombeteiramente e sem se alterar. Estava escondido, senhor marquês?. . . Divertia-se a escutar-nos. . . Magnífico!
E voltando para Alzira:— Obrigado, condessa! Depois resmungou de si para si:
— Pagá-lo-ão bem caro!
O marques, sem poder domar a cólera que o sufocava, prosseguiu no tom em que começou:
— A qualidade que lhe falta, senhor poeta, não é dinheiro, nem juízo; é prudência! É grande temeridade dizer mal de quem quer que seja à própria amante dessa pessoa!
— Não é só temeridade... respondeu Bouflers, pondo a mão na cintura e empinando a cabeça: é insolência. Estou às suas ordens! Avie-se!
A condessa correra para junto de Florans.
— Lembre-se do que me prometeu!... disse-lhe ela rapidamente e em voz baixa.
— Só não me baterei. . . segredou o marquês ao ouvido da amante, se a senhora não me fechar a sua porta. . .