de Mazarin, e esquecia-se até de ouvir as pilhérias da magra, feia e adorada Guimard, para só ter atenção para o novo escândalo que acabava de surgir inesperadamente.
Era o caso que o famoso pregador La Rose tinha como todos os anos, de pregar o seu sermão da quinta-feira santa na capela real, e fora acometido por um formidável ataque de asma, justamente na véspera desse dia. Escreveu logo ao vigário-geral, seu amigo particular, dando-lhe parte do fato e pedindo-lhe que, sem perda de tempo, tratasse de descobrir alguém que o substituísse.
Ora, o caso era deveras apertado! Quem teria a coragem de ir, à última hora substituir La Rose no púlpito da capela real, num dos sermões mais importantes da quaresma?. . .
Substituir La Rose!... La Rose, "o segundo Bossuet", como lhe chamavam seus inúmeros admiradores! La Rose, o amimado pregador da corte, o protegido de Antoinette Poisono insubstituível, o querido tanto por parte dos Molinistas como por parte dos Jansenistas, o aclamado por todo o alto e baixo público de Paris! La Rose, o indispensável! La Rose, o— insubstituível!
E era preciso que ele com efeito estivesse deveras doente, para faltar ao sermão de quinta-feira santa, porque La Rose prezava muito aos seus triunfos na tribuna sacra, e não esperdiçaria facilmente uma boa ocasião de orar