Por toda a parte viam-se, passeando aos pares, espectros de homens e de mulheres; uns com os ossos à mostra, outros envolvidos em longas túnicas sombrias. Aqui declamavam versos de amor, ali carpiam saudade eternas, e todos surdamente e lentamente se agitavam, se confundiam e se baralhavam.
— Companheiros! disse um espectro no meio de um grande grupo, empunhando a sua taça, de onde saía um tênue vapor fosforescente. É preciso aproveitarmos bem as horas de que dispomos! A noite vai adiantada!. . . A aurora não tarda aí. . . Bebamos e folguemos!
— Bebamos e folguemos! responderam os outros, erguendo cada um a sua lívida taça.
E ouviu-se um coro entoando surdamente uma canção de prazer.
Alzira aproximou-se do grupo, acompanhada por Ângelo.
— Oh! exclamaram com surpresa, ao vê-la chegar. Sê tu bem-vinda!
— Eis Alzira que volta! Viva a formosa Alzira!
— Sim, respondeu ela; eis-me de novo convosco, meus queridos e eternos camaradas! venho de novo reclamar o meu lugar e a minha taça nos vossos belos e misteriosos festins!
— Supúnhamos que não voltasses, observou um esqueleto.