e tirando o chapéu, disse-lhe cortesmente:

— Perdão, sr. vigário; tenho que desempenhar uma sagrada missão ao lado de vossa reverendíssima. . . Sagrada, porque é voto de uma pobre criatura que já não existe. . .

Esse cavalheiro era o conde de Saint-Malô.

Ângelo convidou-o a entrar em casa.

— Tenho um companheiro comigo. . . observou o conde, chamando com um gesto Artur Bouvier, que o esperava a certa distancia.

Depois de trocados os cumprimentos, entraram os três na modesta sala de jantar do pároco. Bouvier não se fartava de olhar para este como se observasse um fenômeno precioso pela raridade.

Naquela pobre casa desfavorecida do menor conforto, a elegante roupa de seda bordada a ouro dos dois cavalheiros destacava-se escandalosamente. Ângelo, defronte deles pálido e mal vestido, parecia um esfarrapado cadáver saído naquele instante da vala comum dos miseráveis.

Uma idéia o preocupava todavia, desde o momento em que os considerou de perto. É que, ao vê-los assim, cheios de saúde, gentilmente vestidos e empoados, levantando entre as abas da casaca a petulante ponta do florete, lembrava-se da sua própria figura essa noite ao lado de Alzira, e seria capaz de jurar que já em sua