A túnica engelhou bamba como um sudário sobre um esqueleto.

E Ângelo ouviu um sinistro cascalhar de ossos, e, soltando um grito, viu cair e sumir-se o desfeito espectro na aberta e tenebrosa boca do sepulcro.

Debruçou-se sobre a cova, olhando lá para dentro.

Nada mais viu do que um punhado de lodo.

Ozéas acudira de carreira, e lançou-se para ele com os braços abertos.

— Que tens, meu filho? Que tens. . . Fala! exclamou, erguendo-o.

Ângelo pôs-se de pé, passou a mão pela fronte, e disse, amargamente:

— Acabou-se tudo. . . Nunca mais, nunca mais a verei!...

— Por Deus que nunca mais! confirmou o velho. Os céus ouviram minhas súplicas e acabam de restituir-te à razão!. . .

O pároco olhou em torno de si, como um alucinado que em verdade recuperasse naquele instante o entendimento.

— Ah!... disse depois. Eu estava louco!... Sim... agora compreendo... Era tudo desvario... Era tudo ilusão!. . .

E calou-se durante algum tempo.

— Sonhos!... sonhos!... prosseguiu quase em segredo, meneando a cabeça desconsoladamente. Sim eu existo…eu sou o seminarista Ângelo…o pupilo