últimos sorrisos; foste tu a discreta testemunha dos meus êxtases e o grande manancial das minhas alegrias religiosas, vale-me também agora! vale-me tu, que me abrigaste durante o longo tempo, em que vivemos os dois encerrados com as minhas mágoas nesta prisão sombria! Ah! como eu era então feliz! . . . como tinha a alma tranqüila e descuidosa!. . . Vale-me amada minha, que talvez consigas o que a oração não pode!
E, sentando-se no banco, abriu a Bíblia sobre os joelhos e leu, ao acaso, alguns versículos do primeiro capítulo que seus olhos encontraram.
Era o livro de Jó.
"A minha alma tem tédio à minha vida; soltarei a minha língua contra mim; falarei na amargura de minha dor desconhecida.
"Direi a Deus: As tuas mãos me fizeram, e me formaram todo em roda, e assim de repente me despenhas?
"Lembra-te, eu te peço, que com barro me formaste e que me hás de reduzir a pó.
"Vida e misericórdia me concedeste, e a tua assistência conservou o meu espírito.
"Se eu pequei, tu me perdoaste na mesma hora; porque não permitiste tu que eu esteja limpo da minha iniqüidade?
"Tu multiplicas contra mim a tua ira, e as penas combatem contra mim.
"Por que me tiraste tu do ventre de minha mãe?