de seu pai, vinha-lhe de novo à superfície dos pensamentos furando e abrindo caminho por entre todas as outras idéias.
"E, se apesar de tudo, encontrares alguma mulher, que te leve a sonhar estranhas venturas, bate com os punhos cerrados contra o peito, dilacera as tuas carnes com as unhas, até sangrares de todo o veneno da tua mocidade!"
— Mas que estranhas venturas serão essas que as mulheres nos levam a sonhar?. . . interrogou-se ele, erguendo o rosto e cruzando as mãos sobre a página da Bíblia. Então a mulher não é também uma criatura de Deus?. . . um ente, tão abençoado e protegido por ele, que até foi por ele escolhido para servir de mãe a seu filho Jesus?. . . Pois tão grande honra se concederia a um ente desprezível, posto neste mundo só para tentar os justos e desviá-los do caminho da virtude?... Se a mulher é má, por que existe?. . . Se existe, por que Deus a fez má e perigosa?.. . Por que me é vedado amá-la tanto quanto me cumpre amar aos homens?. . . A ela ainda devia amar muito mais, porque é mais fraca, mais mesquinha, mais amorosa e mais desamparada. Por que não devo amar as mulheres?... Não serão minhas irmãs?... Não seremos todos filhos do mesmo pai?. . .
Fechou os olhos, como se quisesse fugir a estes pensamentos; mas a idéia da frase de Ozéas alastrava-se-lhe pelo cérebro, estrangulando todas as