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perola, occulta na concha; é o pudor do diamante, sumido no seio da terra; é o pudor da estrella, immergindo-se no azul.

O leão desceu as escadas murmurando:

— Vêl-o e morrer.

Pouco depois terminou o espectaculo. Amelia com um resaibo de melancholia na fronte, embuçou-se na pellissa e desceu. Ella perdêra de vista Horacio e só o tornára a vêr parado em frente à porta do camarote de Laura. Desamparada pelo encanto do gentil mancebo, soffrêra todo o resto do espectaculo o desassocêgo que lhe incutia o olhar de Leopoldo. Por mais que voltasse o rosto sentia a phosphorecencia estranha desse olhar repulsivo, que entretanto a prendia, máo grado seu.

Leopoldo esperava no corredor da entrada a passagem da moça, quando avistou a seu lado Horacio. O leão soffrego e impaciente, volvia o olhar em varias direcções; naturalmente procurava alguem, e receiava que lhe escapasse.

— Adeus, Horacio.

— Boa noite, Leopoldo.

Amelia appareceu nesse momento.

— Conheces aquella moça, Horacio?