— Quando sua amiga está aqui, a senhora sem dúvida não a deixa!
— É muito natural.
— Já vê pois que eu tenho razão. Se ela viesse...
— Eu teria ciúmes, D. Amélia,
A moça corou.
— Pois amanhã Laura há de passar a noite comigo.
Estas palavras foram ditas com o estouvamento da menina, que procura disfarçar um prazer sob a máscara da contrariedade. Mas a máscara é tão risonha, que não ilude.
— Quer-me tanto mal assim? perguntou Horácio. Não admira; uma paixão ardente e impetuosa, como eu sinto pela senhora, não devia ter outra sorte. O verdadeiro amor foi e será sempre infeliz; não há mulher que o compreenda.
Amélia com as faces a arder não sabia que fizesse; sua mão trêmula brincava com as flores de um vaso, que vacilou sobre o consolo e caiu no chão. O fracasso da porcelana, despedaçando-se, chamou a atenção das pessoas que