se mostrava mais, a contemplava com olhos de amante e artista, para dar os últimos toques à figura.
No mais absorto, assustou-o certo ruído cavernoso, semelhante ao ornejo de um jumento, e que não era senão o estrépito da pitada do Sebastião Ferreira, ecoando pelas cavernas ou fossas nasais. Achou-se então o rapaz em face do carão descarnado e impassível do tabelião, que lhe estava observando o pasmo.
— Que faz você aí embasbacado, moço? perguntou o tabelião.
Teve o Ivo um estremeção, que ia dando em terra com o bacamarte. Felizmente segurou-o a tempo, quando ele escorregava pela aba da mesa.
— Estava à espera do senhor tabelião, respondeu Ivo aproveitando a primeira desculpa que lhe acudiu.
— À minha espera!... Não está má!
— Pois não é Vossa Mercê que dita?
— Ditar o que, moço, se já lhe apontei aí a escritura...
— Ah! é para copiar deste livro?...
— Então, moço! E avie-se, que isso de lesmas, não servem cá para escreventes. Quer-se sujeito despachado!