ao tabelião, mas vendo que este não se distraía lá da sua tarefa, meteu-lha por diante do nariz.
— Hem!... Então já acabou, moço?
— Veja o senhor tabelião!
— Está bom; já se vai desasnando! Ora vejamos lá isso!
Fincou bem os óculos no cavalete, encrespou o sobrolho sobre a testa, enfiou a carranca, e empinando-se no tamborete, esticou a folha de papel aberta a dois palmos do nariz.
Imediatamente a cara tabelioa decompôs-se toda, e embrulhou-se numa careta displicente, como uma bexiga assoprada, quando lhe falta o ar e se enruga.
O Ivo ficou frio.
— Sempre arranha no ofício; mas olhe, moço, esta letra casquilha e delambida pode servir lá para iluminações e grifarias; cá no foro não se admitem estas desenvolturas. Está entendendo?... Quer-se um talhe de letra corrida, e que seja composta e sisuda como se requer nas cousas de justiça. Uma escrita à-toa como esta, que aí todo o gato e sapato pode ler sem titubear, não vai bem nuns autos. Isto de papel forense, nem todos lhe metem o dente; é preciso