— Quem é? perguntou a regateira acudindo ao bater.
— Sou eu, tia Pôncia, não me conhece?
— Ah! o enjeitadinho?. . Ora, esta minha língua escorrega, que é um Deus nos acuda. Mas não foi por mal, menino. E para bem dizer não é crime ser enjeitado, ainda que... Está bem, isto agora não vem ao caso. Então, menino, que bom vento o trouxe por cá? É grande novidade?
— Pois não sabe o que vai pela cidade?
— Eu?... Sou lá alguma abelhuda mexeriqueira para andar metendo o nariz por toda a parte! Mas visto isso, sucedeu alguma cousa? O que é, menino? Ande, não se taça de rogado! Diga de uma feita!
— Ora, faça-se de novas? Então ainda lhe não soou que o prelado ia excomungar o ouvidor?
— Abrenuntio!... Credo!.. — Quem se pode julgar seguro quando a gente grande leva dessas!... Mas é que alguma ele fez, o tal doutoraço, que também não é lá boa rês. Eu desde que vi aquele toutiço de frade, que lhe tirei as inquirições.
— O ouvidor não fez nada de mais, tia Pôncia. O prelado, ou lá sua gente, que eu não duvido fosse ele mesmo, começou a desinquietar a família do tabelião, e como este não esteve pela graça,