acompanhado por sua comitiva, composta de dois beleguins e um galego, dirigia-se ao porto a fim de embarcar para o Espírito Santo.
À porta os vizinhos e alguns curiosos que tinham vindo ao cheiro da novidade, se despediam do magistrado com os costumados votos:
— Boa viagem, senhor ouvidor!
— Deus o acompanhe!
— Amém! E o traga a salvamento.
— Que vossa mercê torne, como vai, na paz do Senhor!
E outras muitas variantes da mesma cortesia, a que o Dr. Pedro de Mustre respondia:
— Obrigado, minha gente! Obrigado; até a volta em que espero achá-los a todos em paz com a sua consciência e com a justiça.
Nisso rompeu entre os presentes o Padre Rafael Cardoso, acompanhado de dois acólitos com tochas acesas. Perfilando-se em frente ao magistrado, desdobrou um papel onde se via o grande selo da Igreja, e alçando-o com a mão esquerda à guisa de estandarte, levantou-se no bico dos pés a fim de fulminar do alto com a palavra e o gesto ao corpulento magistrado:
— Auctoritate Dei Patris Omnipotentis et Filii et Spirítui Sancti et beata Dei genitricis Maria, omniumque