rijo o mancebo e saltou na praia, afastando-se rápido e tão abstrato que abalroaria com Aires, se este não se desviasse pronto.

Vendo que o outro passava sem aperceber-se dele, Aires bateu-lhe no ombro:

— Donde vindes a esta hora, e tão pesaroso, Duarte de Morais?

— Aires!... disse o outro reconhecendo o amigo.

— Eu vos contava entre os felizes; mas vejo que também a aventura tem suas névoas.

— E suas noites. A minha creio que de todo escureceu.

— Que falas são estas, homem, que vos desconheço.

Travou Duarte do braço de Aires, e voltando-se para a praia mostrou-lhe um barco fundeado perto da Ilha das Cobras.

— Vedes aquele barco? Há três dias que ainda era uma formosa balandra. Nela empreguei todo meu haver para tentar a fortuna do mar. Eis o estado a que o reduziram os temporais e os piratas: é uma carcaça, nada mais.

Aires examinava com atenção a balandra, que estava em grande deterioração. Faltava-lhe o pavês de ré e ao