os parcéis, e a sagacidade da posição que tomara, haviam inspirado a confiança absoluta, que torna a tripulação um instrumento cego e quase mecânico na mão do comandante.
Enquanto esperava, Aires vira do tombadilho passar uma canoinha de pescador, dirigida por uma formosa rapariga.
— Para aprender o meu novo ofício de corsário vou dar caça à canoa! exclamou o mancebo a rir. Olá, rapazes!
E saltou no batel, acompanhado por quatro marujos que a um aceno esticaram os remos.
— Com certeza é espia dos calvinistas! Força, rapazes; carecemos de agarrá-la a todo o transe.
Facilmente foi a canoa alcançada, e trazida a bordo a rapariga, que ainda trêmula de medo, todavia já despregava dos lábios no meio dos requebros vergonhosos um sorriso brejeiro.
Vira ela e ouvira os chupões que lhe atirava à sorrelfa a boca de Aires apinhada à feição de beijo.
— Tocam a descansar, rapazes, e a refrescar. Eu cá vou tripular esta presa, enquanto não capturamos a outra.
Isto disse-o Aires a rir; e os marujos lhe responderam no mesmo tom.