mas sempre formosa, de Maria da Glória.
A nívea cambraia que lhe cobria o seio mimoso, aflava com um movimento quase imperceptível, mostrando que ainda não se extinguira de todo nesse corpo gentil o hálito vital.
Ao ver Aires, Úrsula, o marido e as mulheres que rodeavam o leito, ergueram para ele as mãos como um gesto de desespero e redobraram o pranto.
Não os percebia porém o corsário; seu olhar baço e morno se fitara no vulto da moça e parecia entornar sobre ela toda sua alma, como uma luz que bruxuleia.
Um momento, as pálpebras da menina se ergueram a custo, e os olhos azuis, coalhados em um pasmo glacial, volvendo para o nicho de jacarandá suspenso na parede, cravaram-se na imagem de Nossa Senhora da Glória, mas cerraram-se logo.
Estremeceu Aires, e ficou um instante como alheio a si, e ao que passava em torno.
Lembrava-se do pecado de render ímpia adoração a Maria na imagem de Nossa Senhora da Glória, e via na enfermidade que lhe arrebatava a menina, um castigo de sua culpa.
Pendeu-lhe a cabeça acabrunhada, como se