devotos que vieram de São Vicente e Itanhaem para assistir à festa.
A todos encantou a formosura de Maria da Glória, que tinha um vestido de riço azul com recamos de prata, e um colar de turquesas com arrecadas de safiras.
Mas suas joias, de maior preço, as que mais a adornavam, eram as graças de seu meigo semblante que resplandecia com uma auréola celeste.
— Jesus!... exclamou uma velha beata. Podia-se tirar dali, e pô-la no altar que a gente havia de adorá-la como a própria imagem da Senhora da Glória.
Razão, pois, tinha Aires de Lucena, que toda a festa a esteve adorando, sem carecer de altar, e tão absorto, que de todo esqueceu o lugar onde se achava, e o fim que ali o trouxera.
Só quando, terminada a festa, ele saía com a família de Duarte de Morais, acudiu-lhe que não rezara na igreja, nem rendera graças à Senhora da Glória por cuja milagrosa intercessão escapara a menina da cruel enfermidade.
Era tarde porém; e se passou-lhe pela mente a ideia de tornar à igreja para reparar seu esquecimento, o sorriso de Maria da Glória arrebatou-lhe