mais tarde devia ser a rua aristocrática do Catete.
Ia sobressaltado o corsário com o que podia ter acontecido durante o ano de sua ausência.
Sabia ele o que o esperava ao chegar? Tornaria a ver Maria da Glória, ou lhe teria sido arrebatada, apesar da penitência que fizera?
Às vezes parecia-lhe que ia encontrar a mesma cena da vez passada, e achar a moça de novo prostrada no leito da dor, mas desta para não mais erguer-se; porque a Senhora da Glória para o punir não ouviria mais a sua prece.
Eram oito horas quando Aires de Lucena chegou à casa de Duarte de Morais.
A luz interior filtrava pelas frestas das rótulas; e ouvia-se rumor de vozes, que falavam dentro. Era ali a casa de jantar, e Aires espiando viu à mesa toda a família reunida, Duarte de Morais, Úrsula e Maria da Glória, os quais estavam no fim da ceia.
Passado o soçobro de rever a menina, Aires foi à porta e bateu.
Duarte e a mulher se entreolharam surpresos daquele bater fora de horas; Maria da Glória porém levou a mão ao seio, e disse com um modo brando e sereno:
— É ele, o Senhor Aires, que está