se um momento para falar a Bruno, que avistando-o, viera a ele:
— Aprestou-se tudo?
— Tudo, meu capitão.
— Ainda bem; daqui a uma hora partiremos, e para não mais voltar, Bruno.
Ditas estas palavras, Aires entrou na igreja. O velho marujo que adivinhara quanto sofria naquele momento o seu capitão, ferrou outro murro na carapuça, e tragou o soluço que lhe estava estortegando na garganta.
Dentro da Matriz já os noivos tinham sido conduzidos ao altar, onde os esperava o vigário paramentado para celebrar o casamento, cuja cerimônia logo começou.
O corsário, de joelhos em um dos ângulos mais obscuros do corpo da igreja, assistia de longe ao ato; mas de momento a momento acurvava a fronte sobre as mãos esclavinhadas, como absorvido em fervente oração.
Não rezava, não; bem o quisera; mas um tropel de pensamentos se agitava em seu espírito abatido, que o arrastava ao passado, e o fazia reviver os anos devolvidos.
Repassava na mente seu viver de outrora, e acreditava que Deus lhe enviara do céu um anjo