Começou o velho:
- "Fazem, se quer que lhe diga, não sei quantos anos. Era eu tamanino como esta minha pá de remo.
- "O pai vivia da pesca, como o avô; porque isto de pescador parece que é oficio de família, que vai passando de filho a neto. Quase todas as noites ele me levava consigo quando ia ao mar; e pequeno como era sabia arrumar a canoa e botá-la ao largo.
- "Já então costumava o pai na volta da pescaria descansar aqui. Punha a canoa em seco; deixava passar o resto da noite, e lá pela madrugada íamos vender o peixe ao Recife, porque em Olinda, afora a clerezia, tudo o mais era miuçalha.
- "Havia ali assim no fundo do convento, bem na praia, uma casa velha, tão velha que estava cai, não cai. Também