a levar carolo do padre-reitor, quando não era a penitência de joelhos ou em cruz, e o jejum a pão e água.
Mas apesar de todo esse rigor, era preciso de tempos em tempos caiar as paredes do dormitório, pois pareciam um pano de rás, com as figuras e novidades de que as enchia o endiabrado rapaz.
Afinal, cansados os padres de aturar aquele eterno pinta-monos, e convencidos de que era um borrador impenitente e relapso, despediram-no do pátio, onde pouco aproveitava, pois além de ler e escrever, o mais que sabia era de outiva, e não passava de uma tintura de cada cousa.
Assim ficou o Ivo senhor de seu tempo, para trocar as pernas pelas ruas de São Sebastião, e riscar toda a parede que lhe caia debaixo do carvão; donde veio chamar-lhe a gente o "Garatuja".
Com isto davam-se a perros os donos das casas, que as tinham de caiar amiúde; mas o povo divertia-se a ver as diabruras do rapaz, como hoje em dia nos pasmatórios da Rua do Ouvidor, aprecia as caricaturas expostas nas vidraças.