vocal provocasse novos ricochetes da velha, concentrou-se desta vez em um aceno compassado, abanando com a cabeça do alto a baixo.

— Pois eu lhe digo. O senhor há de precisar de um escrevente ou copista para o cartório.

— Não há tal... ia dizendo o Sebastião.

— E eu tenho um papafina para lhe dar. É o Ivo.

Espetou-se no cume da ponta da cabeça a ruiva cabeleira do tabelião; os olhos esbugalharam-se; e a voz soçobrou-lhe no esôfago com a concussão que sofrera todo o indivíduo.

— O da Rosalina? gaguejou o homem.

— Esse mesmo, sem tirar nem pôr! retorquiu a matrona sem voltar pé atrás.

— Com a devida vênia, a senhora não está em seu juízo; minha sogra, desembuchou afinal o tabelião.

— Tão são tivesse o senhor o miolo, que já me está cheirando a mandioca puba!...

— Sabe acaso a senhora, o que seja um cartório? Pois aqui lho digo: é o depósito da paz e honra das famílias, em cujas notas se guardam os títulos de seus haveres, e os segredos de suas casas. Não será muito chamá-lo o tombo da cidade, pois que aí se vão lavrando e autuando todos os sucessos da república, ainda os menos importantes.