Envolve-te em ti mesma, oh alma triste!
Talvez sem esperança haja ventura!
E n'outro soneto:
Na floresta dos sonhos, dia a dia,
Se interna meu dorido pensamento,
Nas regiões do vago esquecimento
Me conduz, passo a passo, a phantasia.
Atravesso no escuro a nevoa fria
D'um mundo extranho, que povôa o vento,
E meu queixoso e incerto sentimento
Só das visões da noite se confia.
Que mysticos desejos me enlouquecem?
Do Nirvana os abysmos apparecem
A meus olhos, na muda immensidade.
N'esta viagem pelo ermo espaço
Só busco o teu encontro e o teu abraço,
Morte! irmã do Amor e da Verdade!
Ó poeta,―eu, uma pobre mulher condemnada, pelas leis fataes da physiologia e pelas leis logicas da sociedade, á inacção