a verdade dura, mas positiva é esta: só as mulheres e os homens extremamente moços, isto é, ainda um pouco mulheres, teem paciencia tempo e gosto de lêr romances.
Passado esse primeiro periodo da vida em que o sentimento impera sobre a razão, em que a phantasia é mais forte que o raciocinio, em que as questões do coração são as grandes questões que sobrelevam a todas, qual é o homem que lê romances, e se enthusiasma por esses creadores d'almas, chamados romancistas?
Talvez que os artistas os leiam, mas em cada dois mil espiritos praticos póde talvez encontrar-se um espirito de artista. Não é o bastante para constituir um publico, e sem publico como é que o escriptor póde passar?...
São portanto as mulheres e os moços que restam ao romancista. É sobre esses que elle tem de actuar, é esses que elle interessa e emociona, educa ou perverte, ammollece ou tonifica, agita ou faz pensar.