E dorme a creoula de manso embalada,
Pendidos os braços da rêde nevada
Mimosos, e nús.
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O vento que passe tranquillo, de leve,
Nas folhas do engá;
As aves que abafem seu canto sentido;
As rodas do engenho não façam ruido,
Que dorme a Sinhá.

Como se vê bem que este languido rythmo, a vaga suavidade d'estes versos, parecem feitos para acompanhar o movimento cadenciado e lento da rêde, e embalar o sonho de alguma filha gentil d'esse paiz, em que o clima dá ao corpo as preguiças infinitas, e a natureza luxuosa e desbordante dá ao espirito a mollesa, o cançasso fatal d'uma permanente lucta, na qual o homem é sempre vencido pela força inconsciente das cousas!...

Em Gonçalves Crespo havia pois a indolencia atavica, que elle só por extraordinario e doloroso esforço era capaz de vencer temporariamente. Por isso, emquanto as