d'uma cabeça de imperatriz romana; figuras estranhas de inventores incomprehendidos, que vão ao acaso, monologando pelos passeios, com gestos inconscientes de actor.
«Estudava aquella belleza singular e espirituosa, a indefinivel belleza da mulher de Paris. Seguia as apparições imprevistas; as caritas irregulares e radiantes; as pequeninas creaturas estranhas, que desabrocham, como flôres, d'entre as pedras da calçada e que, de repente, desapparecem,―com o seu arzinho de costureiras, que vão amanhecer cortezãs―por uma porta humilde e escura, por uma escada ingreme e repugnante. E tentava analysar o encanto d'essas magras raparigas, que teem nas fontes como que o reflexo do candieiro da officina, pallidas das noites perdidas á costura, e como que vagamente torturadas pela nostalgia da preguiça e do luxo. Ás vezes debaixo d'uma touquinha muito pobre, dava subitamente, com uma graça requintada, uma expressão