em que a alma se revela nas suas minimas particularidades, nos seus mais intimos e dolorosos segredos!

Por isso se explica que, nas suas Idéas e Sensações, elles escrevessem esta observação que, applicada aos dois artistas de que tratamos, é d'uma verdade tão intensa e palpitante.

«Para as delicadezas, para as requintadas melancholias d'uma obra, para as phantasias raras e deliciosas que se executam na corda vibrante da alma ou do coração, não será necessario, indispensavel mesmo, uma pontinha de doença no artista?

E, como Henrique Heine, não terá cada um d'esses escriptores de ser como que o Christo da sua obra, o crucificado physico da sua fé?...»

Os Goncourt foram isto, e é por esse motivo que os que soffrem se sentem um pouco irmãos d'esses artistas de tão morbida e delicada tristeza!