Foi n'essa occasião, e não no livro que depois saiu a lume, que eu li o romance, e lembrava-me, como toda a gente, da impressão immensamente grata, que essa obra improvisada, escripta à la diable, tinha produzido em mim.

Fui, portanto, como é natural, uma das primeiras compradoras do volume, e, decerto, não fui, de todas as que o teem lido n'estes dias, a menos interessada e curiosa.

Queria saber, antes de tudo, se estava muito mudado o meu gosto litterario, se o romance experimental, o romance naturalista, o documento humano, e o estudo frio, analytico, impessoal, das miserias d'este mundo, me tinham de todo roubado a sensibilidade e a paixão, que a mulher tem no espirito, ainda que as não tenha em mais nada.

Felizmente não succedeu assim!

Eu que devoro os romances dos Goncourts, eu que admiro a força rembrandnesca