Ramalho Ortigão vê e faz-nos vêr, pelo encanto magico da sua penna que é um pincel, tudo que alli viram de vago e simples, de indefinido e penetrante, de terno e de melancolico, os grandes artistas hollandezes, os mestres incontestados e inexcediveis de toda a moderna escola de paisagem.

E o seu estylo opulento pinta as metamorphoses, as variações infinitas d'essa luz, as colorações prysmaticas d'esse ceu cheio de neblinas transparentes, as decomposições phantasticas das nuvens, a admiravel riqueza sintillante e tremelusente que os espelhamentos do sol põem nos lagos tranquillos e nos lympidos canaes, as harmonias do tom, as gradações infinitas do eterno verde, a calma doçura tranquilla,―tudo emfim que aos seus grandes amigos sinceros e eloquentes a velha natureza inspira, em todas as suas apparencias multiplas, em todas as suas transfigurações multiformes.

Ha n'este capitulo uma comparação entre