indo atrás da tia Benta, sem desprender os olhos dos humildes barcos a que a sua ingenuidade, pura de todo o proposito de mentir, chamava pomposamente vapôres.
Passou um americano que lhe desviou a attenção para as cousas da terra.
— «Safa!» — bradou, enthusiasmado — «Que raio de diligencia! E' quasi tão grande como o curral do tio Dyonisio... Eia!»
A tia Benta adoptou o expediente logico de tomal-o pela mão, rebocando-o. Senão, quando chegariam á rua dos Fanqueiros?
Ao mesmo tempo, ia-lhe pespegando o seu sermão — «E' tratar de fazer as vontades, ovistes? Ser humilde e nan fugir ó trabalho. Uma pessoa n'um momento deita a mão a tudo. P'ra te fazeres estimado... Vens a aprender... a fazer te homem... a fazer-te gente.»
E' possivel que o pequeno lhe não ouvisse o martelar da voz aspera, de pasmado que ia para tudo: casas, lojas que abriam, carroças, vendedeiras d'isto e d'aquillo, fios electricos...
Estacando, perguntou inesperadamente: — «Quantas ruas ha em Lisboa?»
A tia Benta casquinou uma gargalhada de mofa. — «Nan querem lá ver o asno! Julgas tu