O monstro respondeu quase com as mesmas palavras de antes, explicando que por ali só existiam visões. Não tinha nada, como a Rainha não matava nada. Aproximaram-se da Tartaruga Falsa, que fitou nos recém-chegados os seus olhos cheios de lágrimas, sem dizer coisa nenhuma. O Grifo explicou:
— Esta garôta está aqui por ordem da Rainha para ouvir a sua história.
— Está bem, respondeu a bicha. Sentem-se e não me interrompam antes do fim.
Alice e o Grifo sentaram-se, e durante vários minutos ficaram sem ouvir coisa nenhuma, porque a Tartaruga nada dizia.
— Se não começa nunca, como há de acabar? pensou Alice.
Passaram-se mais uns minutos. Por fim a Tartaruga arrancou do peito um suspiro profundo e começou: “Eu era uma tartaruga verdadeira...” Mas interrompeu-se, e guardou mais outros minutos de silêncio, só quebrados pela tosse do Grifo e os soluços da contadeira.
Por um triz que Alice não se levantou e disse: “Muito obrigada pela sua história, mas até logo!” Conteve-se, entretanto, na esperança de que a história afinal saísse e fôsse deveras interessante.
Por fim a Tartaruga continuou:
— Quando pequenas, eu e minhas irmãs íamos todos os dias à escola do mar. Nossa mestra era uma tartaruga velha, de óculos, que chamávamos a Tartarugona...