O Cavaleiro olhou para Alice com surprêsa e um tanto ofendido por aquela observação. — Por que diz isso? — perguntou êle, justamente quando pendia para um lado e se agarrava no cabelo da menina para não vir ao chão.
— Porque os cavaleiros não caem tanto assim, quando têm prática de andar a cavalo.
— Pois eu tenho uma prática enorme, sabe? Enorme!
Alice engoliu o “Realmente?” que ia pronunciando e nada respondeu. Continuaram a caminhar, o Cavaleiro de olhos fechados, Alice sempre em guarda para ampará-lo de novos tombos.
— O grande segrêdo da arte de andar a cavalo, começou o Cavaleiro em voz alta, é conservar-se...
Não pôde concluir. Caiu duma vez ao chão, de ponta cabeça, quase em cima de Alice, que receou que dessa vez quebrasse alguma costela.
Não tem importância, disse êle, erguendo-se. E continuou a conversa. “O grande segrêdo da arte de andar a cavalo, é conservar-se em perfeito equilíbrio na sela. Assim...”
Dizendo isto o Cavaleiro largou as rédeas e abriu ambos os braços para dar uma demonstração prática. Foi infeliz. Caiu de novo, desta vez de costas e bem debaixo das patas do animal.
— Tenho enorme prática, disse êle logo que Alice o montou de novo. Enorme prática!
— Isto está se tornando ridículo! exclamou Alice