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ALICE NO PAÍS DO ESPELHO

— Não ainda, respondeu o cavaleiro gravemente, e por isso nada posso afirmar com segurança. Receio mesmo que seja um tanto difícil.

O pobre Cavaleiro pareceu tão vexado com a idéia de que sua invenção não valia grande coisa que de

dó dêle Alice mudou de assunto. — Que lindo elmo você tem! exclamou ela de súbito. — É invenção sua?

O Cavaleiro olhou com orgulho para o elmo que pendia do arção da sela. — Sim, respondeu, mas já inventei coisa melhor, em forma de canudo. Quando eu caía êsse elmo tocava o chão antes da minha cabeça, de modo que a queda ficava menor. O perigo era ficar entalado dentro dêle, o que me aconteceu uma vez. O meu rival, vendo o elmo no chão, pensou que estivesse vazio e o pôs em sua cabeça, comigo dentro.

O Cavaleiro falava com tamanha seriedade que Alice não se animou a rir.